Amor ao povo, essa deveria ser a primeira lição de casa
dos políticos. Brasil, um país rico, mas perdido no capitalismo da ganância do
luxo, desfrutado por poucos, em meio ao lixo vivido por muitos. O povo
manipulado e desmotivado desligou o canal 8, 10, 12... e colocou no ar o seu
próprio canal, chamado indignação.
Na capital da República o homem de terno e gravata mata
milhões com uma única assinatura de caneta, alimentando o seu ego com o desvio
de verbas públicas. Enquanto isso, nas periferias, litros de sangue são
derramados. Com as próprias mãos o pai revoltado se vinga do assassino da
filha, uma ferida cada vez mais aberta com a impunidade vista no dia a dia. A injustiça cria o ódio e gera mais
violência.
Protestos instigam e as ruas são tomadas. Subestimados,
submetidos ao convívio nem sempre harmonioso com os homens de farda que, após o
turno, trocam de roupa, voltam e se juntam a massa. Viajantes, passeantes,
crianças, idosos, cadeirantes, deficientes, eficientes, que motivam os
descrentes. Para levantar a bandeira da paz é preciso lutar na guerra. As ruas
entoam a canção e os becos ecoam os gritos. Se exigem de mim patriotismo, então
assumam os riscos! Eu sou Brasil.
Luciano Campello