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sábado, 24 de agosto de 2013

ATITUDES RACISTAS DO DIA A DIA



Em pleno século XXI ainda são vistas manifestações racistas por pessoas que se acham superiores as outras por terem uma pele mais clara, como se isso fosse determinante para provar o caráter de alguém. Recentemente, funcionários negros de uma padaria em Brasília foram agredidos por palavras racistas proferidas por uma cliente branca, que, por não concordar com o valor cobrado dos produtos, disse em alto e bom som: “a negra queria me roubar, os negros queriam me roubar”. Antes fosse apenas mais um fato isolado, mas infelizmente é algo visto aos montes pelo mundo afora. 
 
Ainda em Brasília, em 2010, um homem foi preso por cuspir e chamar uma mulher de negra safada dentro de um ônibus em plena capital federal. Fato não muito diferente sofrido no Alabama (EUA), em 1º de dezembro de 1955, pela costureira negra Rosa Parks, ela recebeu uma multa e ameaça de ir presa por se recusar a ceder o seu lugar no ônibus para um homem branco, graças a essa atitude, se iniciou uma revolta nos Estados Unidos e milhares de pessoas foram às ruas lutar contra o racismo. 

Se não bastasse o racismo enraizado na cabeça de muitas pessoas, ainda tem os diversos tipos de preconceitos disseminados pelas grandes empresas, que tem na publicidade um forte poder de comoção e manipulação. Um dos comerciais da Pepsi, deste ano, mostra uma mulher branca vitima de agressão tentando identificar o agressor em meio a um grupo de negros e um bode. Semana passada, o Pão de Açúcar expôs na unidade da rede na Vila Mariana (SP) uma estátua de uma criança negra com os tornozelos acorrentados, relembrando o período da escravidão.

Nas senzalas, os negros eram acorrentados, chicoteados e submetidos a todo tipo de humilhação. Os grilhões remetem há um passado sujo e violento. Passaram se os anos, muita coisa mudou, mas o preconceito continua velado, quando não explícito pelas pessoas. Hoje, os negros vivem a senzala moderna brasileira. 

A mulher branca da classe alta diz que não tem preconceito, então por que quando a sua filha diz que está namorando um negro ela repudia na mesma hora? O empresário diz que luta contra o racismo, então por que quando um negro entra na sua loja todas as câmeras se voltam para ele? A polícia diz que não diferencia branco de negros nas abordagens, então por que a polícia de São Paulo emitiu uma ordem de serviço para policiais abordarem principalmente pessoas negras e pardas? Se você tiver a resposta, me fala, porque eu não ainda não as descobri. Enquanto não mudarmos os nossos pensamento e estereótipos, estaremos causando injustiças e gerando preconceitos.

Texto: Luciano Campello

sábado, 3 de agosto de 2013

Navios negreiros damos-lhe graças.




O menino escravo e negro quando chegou de Angola não tinha nome.
O feitor mandou batizar e vendeu-o com nome de gente branca.
“Vai se chamar Joaquim. Em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo”.
“Preto Joaquim” moeu cana, capinou, foiçou, arou e plantou.
Fim do dia, caído de cansaço, o feitor terminava por arriar o “preto Jaquim” acorrentado e sob a taca.
Hoje, vestido de toga preta, Joaquim acorrenta o bando de brancos que lhe imploram alforria.
E a bandeira, que era vermelha, está corada de vergonha.

Dalmir Lott (ao juiz Joaquim Barbosa , sobre o julgamento do mensalão).