Em pleno século XXI ainda são vistas manifestações
racistas por pessoas que se acham superiores as outras por terem uma pele
mais clara, como se isso fosse determinante para provar o caráter de alguém.
Recentemente, funcionários negros de uma padaria em Brasília foram agredidos
por palavras racistas proferidas por uma cliente branca, que, por não concordar
com o valor cobrado dos produtos, disse em alto e bom som: “a negra queria me
roubar, os negros queriam me roubar”. Antes fosse apenas mais um fato isolado,
mas infelizmente é algo visto aos montes pelo mundo afora.
Ainda em Brasília, em 2010, um homem foi preso por cuspir
e chamar uma mulher de negra safada dentro de um ônibus em plena capital
federal. Fato não muito diferente sofrido no Alabama (EUA), em 1º de dezembro
de 1955, pela costureira negra Rosa Parks, ela recebeu uma multa e ameaça de ir
presa por se recusar a ceder o seu lugar no ônibus para um homem branco, graças
a essa atitude, se iniciou uma revolta nos Estados Unidos e milhares de pessoas
foram às ruas lutar contra o racismo.
Nas senzalas, os negros eram acorrentados, chicoteados e
submetidos a todo tipo de humilhação. Os grilhões remetem há um passado sujo e
violento. Passaram se os anos, muita coisa mudou, mas o preconceito continua
velado, quando não explícito pelas pessoas. Hoje, os negros vivem a senzala
moderna brasileira.
A mulher branca da classe alta diz que não tem preconceito,
então por que quando a sua filha diz que está namorando um negro ela repudia na
mesma hora? O empresário diz que luta contra o racismo, então por que quando um
negro entra na sua loja todas as câmeras se voltam para ele? A polícia diz que
não diferencia branco de negros nas abordagens, então por que a polícia de São
Paulo emitiu uma ordem de serviço para policiais abordarem principalmente
pessoas negras e pardas? Se você tiver a resposta, me fala, porque eu não ainda
não as descobri. Enquanto não mudarmos os nossos pensamento e estereótipos,
estaremos causando injustiças e gerando preconceitos.
Texto: Luciano Campello