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sábado, 9 de julho de 2011

Juan de Morais - In Memoriam


O dia era pra ser de paz para os moradores da favela.
A polícia entrou e tirou a tranquilidade que existia nela.
Uma arma, uma farda, poder exercido e moradores são tratados maus e confundidos com bandidos.
Para o morador, o traficante não é o seu pior pesadelo, mas sim a polícia, que entra, agredi e mata quem corre de medo.
Medo? É o que todos sentem, ainda mais quando a vítima da polícia é sempre um inocente.
Inocente... Que ainda tinha muito pra viver, pra contar e pra crescer.
Mas foi morto covardemente por aqueles que deveriam ele defender.
Lá se foi Juan de Morais, de 11 anos.
Não teve a oportunidade de falar e de ser ouvido.
Correu com medo dos tiros, foi morto e tratado como bandido.
A voz não se cala, precisamos lutar.
Hoje foi o Juan, amanhã pode ser o Fábio, Carlos, João,
Renato... Vítimas da violência policial e da ausência do Estado.

#Até Quando Brasil?
Twitter: @trocandoideeias

sábado, 18 de junho de 2011

PARA...



Para o político corrupto? Milhões.
Para mim? Algemas.
Para o policial assassino? Menção honrosa.
Para mim? Só pena.
Para o patrão? O lucro.
Para o trabalhador? Um pouco de esmola.
Para o terrorista? A anistia.
Para o Zé que passa fome? Cela fria.
Para! Tá tudo errado.
Enquanto uns param de roubar...
Outros continuam, sem ter hora de parar.

Poeta das ruas: Luciano Campello
Twitter: @trocandoideeias

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Fenomenal, Ronaldo Fenômeno


Nas ruas humildes cresceu o moleque,
os campos de terra foram os seus primeiros testes.
Na dificuldade nunca desistiu,
na primeira derrota foi lá e prosseguiu.
Com a bola no pé, estilo Pelé,
fazia gol arte e a torcida o aplaudia de pé.
Nasceu sonhador, cresceu goleador
e muito dinheiro na Europa ganhou.
Ficou rico, mas nunca se esqueceu
da infância pobre que em Bento Ribeiro viveu.
Seu nome é Ronaldo Luís Nazário de Lima,
nome grande, como toda a sua trajetória de vida.
Fenomenal, Ronaldo Fenômeno,
artilheiro na vida e muito mais nos campos.
O jogo acabou, o Fenômeno parou.
Mas o seu futebol vai ficar para sempre
marcado e serve de inspiração
para outros Ronaldos...


Poeta das ruas: Luciano Campello
Twitter: @trocandoideeias ou @LucianoCampello

domingo, 5 de junho de 2011

CINCO MINUTOS...

Cinco horas da manhã o moleque acordou
Cinco minutos atrasado e o patrão o dispensou
Cinco segundos para pensar jogados fora
E em menos de cinco segundos
Cometeu o maior erro da sua vida
Cinco tiros, cinco pessoas no chão
Cinco viaturas chegaram
E em cinco anos rodou o ladrão, que nem era ladrão
Há cinco minutos atrás.

Poeta das ruas: Luciano Campello
Twitter: @trocandoideeias ou @LucianoCampello

domingo, 22 de maio de 2011

MOLEQUE DO MORRO




O moleque sonha alto na sua última pegada. 
Pega forte, solta, viaja e relaxa.
De cima ele observa tudo.
O quão bonita é a cidade
que ele só pode desfrutar de cima daquele muro.
Afasta o fuzil pro canto
e começa a voltar ao passado.
Como era bom a sensação de ser livre,
poder andar sem guerra, sem medo, curtindo a liberdade.
Hoje, fica enclausurado no seu pequeno mundo.
Não anda, só desanda. Outro dia falou: vou mudar,
largar o fuzil e voltar a sorrir em paz,
sem grade interior, correndo
do mundo exterior e ajudar a família
que nunca o deixou sozinho naquele lugar.
Viu que não era fácil. O mesmo playboy
que comprou a droga dele no morro,
disse que o crime era seu destino
e pra ele só restava o fracasso.
O playboy morreu de overdose,
e naquela altura do campeonato, nem foi ele quem passou.
Agora está livre, faz faculdade
e ainda escreve os seu dilemas num pequeno blog.
Não esqueceu dos irmãos que ainda estão no morro.
Volta e meia ainda vai lá, dá uma palavra de apoio,
oferece ajuda, porque só quem esteve naquele lugar,
sabe que se depender do Estado, lá mesmo vai ficar.

Poeta das ruas: Luciano Campello

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Apenas um sonho...



O morro tá diferente.
O menor agora faz a contenção
para não deixar nenhuma criança
na escola faltar. O traficante
matou a guerra, vendi a paz e
dá tiro no preconceito sem medo
de dizer que é de lá. Não se ver
mais nas ruas fuzil, granada,
drogas e muito menos policial e
bandido batendo e matando gente inocente.
Todos se uniram pela paz.
Uma corrida foi realizada e ninguém faltou:
artista, policial, ex traficante
e até o governador. Os gritos não eram mais de dor.
Eram de alegria, agradecendo
a Deus pela paz que na favela reinou.
O gerente da boca cresceu e virou empresário.
Não vendi mais morte, vendi sonhos,
pão e leite na pequena padaria
que montou onde era o QG do tráfico.
O viciado que quase morreu
devendo a boca virou cantor,
graças a ajuda do hoje empresário
que tempos atrás o viciou. Opa!
O despertador tocou. Hora de levantar para trabalhar.
Infelizmente nada passou de um sonho,
é só abrir a janela e a dura realidade está lá. O que é que a?


Poeta das ruas: Luciano Campello