- Tchau mãe, tô indo!
- Beijo filho, até mais tarde.
- Oi amor, você não vai vir não?
- Não amor, tô cansada. Mas se divirta.
E assim, filhos, namoradas, mães, pais se despediam sem
saber que aquelas palavras seriam as últimas. Que os olhares não mais seriam
vistos e os sorrisos dariam lugar as lágrimas. Os passos rápidos de dança no
salão foram trocados por outros lentos, carregados, forçados, indo ao encontro
do último contato com aquele corpo sem vida. A fumaça que expelia aroma na
danceteria passou a expelir morte, sufocando e matando. Gritos que não se
ouviam, palavras que não saiam. A luz se apagou, e o lugar que era grande ficou
pequeno.
Futuros
do futuro do Brasil, meninas e meninos gigantes que foram assassinos não só por
um, mas por vários inconseqüentes, irresponsáveis e gananciosos, com o alvará
do Estado. Santa Maria, no Rio Grande do Sul, chora. Rogai por nós Nossa
Senhora.
Luciano Campello Lulla