A dimensão da cidade impressiona. Impressionante
ainda são as emissões de pouco afeto. Nas ruas eles falam palavras vazias,
poucas discutidas, mas que chamam a atenção. Os olhares de medo das pessoas
expressam mais que os gestos. O inimigo pode ser visto, não tocado. Os passos
curtos distanciam o tempo, a bebida quente aquece o espírito e as sombras falam
palavras ocultas. Na multidão da grande metrópole ele fica pequeno, vira
número, perdi o rumo e anda rodeado de pessoas com almas sombrias. Não tem medo,
tem desespero. Não senti frio, sente calafrios. Não vive, sobrevive. Poderia
ter tido outra história, ter construído uma família, levá-los para passear na
Disneylândia, mas só conseguiu chegar as ruas frias de São Paulo e, hoje, o
seu lugar preferido é a Cracolândia.
Poeta das ruas: Luciano Campello
Lulla
Twitter:
@trocandoideeias
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