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quinta-feira, 14 de abril de 2011

O FOGO

Acendeu, tocou fogo, nem tudo está perdido. O fogo queimou o índio e aqueceu o mendigo. O usuário de drogas mete fogo na bomba e depois alucinado assalta, mata, no outro dia não se lembra de nada. O fogo alastrou pela favela, queimou mais de 100 barracos, várias famílias, agora, jogadas a própria sorte e dependendo do Estado. O fogo no cachimbo clareou os olhos do menino sem esperança usando crack no centro da Capital Federal. O fogo chegou perto, mas não atingiu o Congresso, era o fogo queimando as bandeiras dos sem terra que faziam protesto.  O fogo queimou o livro do menino que via neles a única saída para o seu futuro quase destruído. Políticos corruptos ascendem o fogo na lareira, comemoram vitória, desvio, milhões na carteira. Fogos de artifício, comemoração, final de campeonato, time campeão. Pega fogo na panela, hoje tem comida quentinha e pelo menos hoje, ninguém passa fome no barraco da dona Maria. O fogo mata e alivia. Destrói e trás vida. Aquece e apodrece, ele faz parte da vida.


Poeta das ruas: Luciano Campello

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